Há um ano, quando estávamos a fazer o balanço de 2019 e a preparar o plano de actividades para 2020, não imaginávamos que o ano seria um constante re-planeamento. Não fomos os únicos, claro. Não estávamos preparados para gerir tanta incerteza e, sobretudo, imprevisibilidade. Mas fizemos o melhor que pudemos.
A pandemia
Sendo uma estrutura pequena e flexível, adaptámo-nos rapidamente à comunicação exclusivamente digital:
Planeámos os cursos que pensámos que seriam mais úteis para os nossos colegas no sector cultural face à situação que estávamos a viver: comunicação digital, acesso aberto às colecções de museus e arquivos, direito de autor.
Nos meses de Abril e Maio, encontrávamo-nos todas as quartas à noite para juntos descobrir formas de navegar aqueles tempos tão estranhos, para partilhar preocupações e ansiedades e para nos apoiarmos uns aos outros. Os resumos do ciclo de conversas “Em que pensas…?” podem ainda ser consultados no nosso website.
Entre Março e Julho, procurámos manter actualizada uma página com notícias sobre a pandemia e o sector cultural em vários países. Os nossos colegas podiam encontrar aqui informações sobre medidas governamentais e privadas, recursos e orientações, artigos de opinião e manifestos.
A conferência anual
Em Setembro, estava mais que claro que a nossa conferência anual teria de ser realizada online. O tema da “Programação cultural: anjos e demónios” teria tido uma outra intensidade e impacto se tivesse sido discutido presencialmente. Mas com a persistência, boa vontade e manifesto interesse de convidados e participantes, aconteceu e foi um bom e necessário momento de partilha e reflexão. Quem não esteve, ou quem quiser voltar a ouvir, poderá encontrar as gravações na página do evento.
Houve outros momentos neste último período do ano que nos deixaram felizes e comovidos:
Arte Sem Limites
Em Outubro, a Direcção-Geral das Artes anunciou de dois novos programas de financiamento, um de apoio à criação para artistas com deficiência e S/surdos e outro para a inclusão de serviços de acessibilidade – como a interpretação em Língua Gestual Portuguesa, a Audiodescrição e as Sessões Descontraídas – em espectáculos. Estes programas foram pensados em parceria com a Acesso Cultura e são o resultado de mais de duas décadas de trabalho de diferentes colegas na área da arte e da deficiência. Muito em breve, conheceremos os resultados destes dois concursos.
Manual “A participação cultural de pessoas com deficiência ou incapacidade: como criar um plano de acessibilidade”
Também em Outubro, lançámos a nossa mais recente publicação, uma encomenda do Polo Cultural Gaivotas | Boavista da Câmara Municipal de Lisboa. Um manual que pretende ser uma ferramenta prática e funcional para as entidades culturais que querem planear melhor para a acessibilidade e a inclusão. A publicação está disponível no nosso website. Houve interesse para que fosse traduzida para inglês e já estamos a tratar disso.
A Casa Fernando Pessoa mais acessível
A reabertura ao público da Casa Fernando Pessoa, agora mais acessível, foi um momento emocionante também para nós, que tivemos o privilégio de ser consultores. No início do mês de Dezembro, as colegas da Casa aceitaram com generosidade o nosso convite para conversarmos sobre o projecto e o seu desenvolvimento. Quem acompanhou, concordará que esta foi uma das melhores conversas do ano, com a vantagem de ter ficado gravada na nossa página no Facebook.
Em 2020, sendo uma associação de profissionais do sector cultural, quisemos ser úteis aos nossos colegas. Este ano tão estranho trouxe-nos aprendizagens fundamentais. Está a chegar ao fim e queremos dizer obrigado a todas as pessoas que se envolveram ou que apoiaram o nosso trabalho de formas tão diversas.
Tenham umas Festas Felizes, vemo-nos em breve!