Programa

Lisboa, Casa Fernando Pessoa

6 de Março a 17 de Abril
Horário: 9h30-12h30 e 14h-17h

6 de Março: Susana Gomes da Silva
13 de Março: Inês Barahona
20 de Março: Filipa Barros
27 de Março: Virgínia Gomes
3 de Abril: Denise Pollini
17 de Abril: Susana Menezes

Porto, Casa Allen

8 de Maio a 19 de Junh
Horário: 9h30-12h30 e 14h-17h

8 de Maio: Inês Barahona
15 de Maio: Denise Pollini
22 de Maio: Susana Menezes
29 de Maio: Susana Gomes da Silva
5 de Junho: Filipa Barros
19 de Junho: Virgínia Gomes

Planos e bionotas

Denise Pollini

Nesta sessão, pretendemos oferecer um panorama da Mediação Cultural e prospetar os seus caminhos futuros. A partir de tópicos selecionados, dentre os temas mais relevantes para esta práxis, serão discutidos exemplos e debatidos os saberes que fundamentam a sua relevância. O objetivo final será fortalecer a Mediação Cultural em sua prática na produção de conhecimento, no fomento ao espírito crítico e no incentivo à experiência estética.

  • Qual a razão para ainda discutirmos os significados da Mediação Cultural? Uma proposta para a construção de um vocabulário em comum.
  • Por quê realizar a Mediação Cultural? A Mediação Cultural e a relação com a obra de arte/artefacto;
  • Pensar o “dispositivo pedagógico da explicação” e a Mediação Cultural em sua relação com a Escola;
  • A Estética Relacional e a Mediação Cultural: novas maneiras de pensar a Mediação em espaços museológicos – um exercício prático.
  • Palavras-chave para a Mediação Cultural no século XXI.

Denise Pollini é investigadora, educadora e curadora que vive entre o Porto, Portugal e a Antuérpia, Bélgica. Mestre em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo (USP – São Paulo, Brasil) e licenciada em Artes Visuais pela  Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP – São Paulo, Brasil). Foi Coordenadora do Serviço Educativo do Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves  entre 2015 e 2021 e do Setor Educativo do Museu de Arte Brasileira (MAB-FAAP – São Paulo, Brasil) entre 1999 e 2015, onde foi responsável pela implementação do Setor. Docente e conferencista, tendo ministrado aulas, cursos, seminários e conferências nas seguintes instituições: SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), SESC (Serviço Social do Comércio), USP (Universidade de São Paulo), Panamericana Escola de Arte e Design, Escola São Paulo, Centro Cultural Barco e Univali (Universidade do Vale do Itajaí) – no Brasil. E em Portugal: Acesso Cultura, EGAC (Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, Lisboa), ESAP (Escola Superior Artística do Porto), IMMER/i2ADS (International Meeting on Museum Education and Research), Comédias do Minho, Rede de Museus do Médio Tejo e APEI (Associação dos Profissionais da Educação Infantil). Actualmente é doutoranda na Universidade da Antuérpia (Bélgica) e integra o Centro de Investigação CCQO – “Culture Commons Quest Office” na Antuérpia.

Filipa Barros

As bibliotecas públicas têm sido consideradas espaços seguros, consagrados ao conhecimento e, mais recentemente, às vivências e partilha de saberes em comunidade. Nas últimas décadas tem-se assistido a uma profunda transformação da prática bibliotecária, nos mais diversos âmbitos. Por todo o mundo surgem projetos inspiradores, com alto potencial de transformação na vida das suas comunidades, desde o impacto terapêutico de bibliotecas em ambientes de guerra, à conquista de jurisprudência no âmbito de bibliotecas prisionais.

Nesta sessão, iremos analisar exemplos de ação e de pensamento disruptivo e projetar cenários sobre novos serviços, procurando diversas soluções, formatos e conteúdos aplicados à mediação do livro e da leitura. Tomaremos como base a partilha de experiências e a exploração da plasticidade do universo literário, da delicada matéria-prima das histórias de vida, e da potência dos encontros improváveis.

  • A palavra, o livro e a leitura: pontos de partida em qualquer direção
  • A mediação informando a catalogação
  • Mediação e pós-neutralidade nas bibliotecas
  • Mediação, micropolítica e tradução de linguagens de poder
  • Escrever, ler e não ler: trinómios fantásticos
  • Integração da ação colaborativa e gestão partilhada na mediação: o corpo encantado das ruas

Filipa Barros é licenciada em psicologia clínica. Estudou cinema documentário em Madrid com uma bolsa Ibermedia e em Paris com a uma bolsa do programa Media. Coordenou projectos educativos na Associação Belgais, Teatro Nacional de São Carlos e Biblioteca Nacional de Espanha. Após um mestrado em biblioteconomia, no qual investigou a interoperabilidade de bases de dados de autores/as, foi consultora do centro de documentação do Teatro Nacional D. Maria II e dirigiu a Biblioteca do Cinema Europa. Actualmente, coordena a Biblioteca de Belém, é membro do grupo Lighthouse Libraries (Public Libraries 2030) e co-autora do “Rough Guide for Civic Engagement in Public Libraries” (Joint Research Centre da Comissão Europeia). Um dos últimos livros que leu foi “Lectura Fácil” de Cristina Morales, que muito recomenda.

Inês Barahona

Nesta sessão, trabalharemos em primeiro lugar sobre a clarificação de alguns conceitos fundamentais: O que é o trabalho de mediação? Quem são os mediadores? De que se faz a mediação? E os mediadores medeiam o quê? Para quê? E para quem? O que é o público? Haverá diferentes tipos de mediação? Deveremos distinguir a mediação cultural e a mediação artística?

Na sequência da construção de um terreno conceptual comum, avançaremos para um trabalho prático de construção de estratégias de mediação, aplicáveis aos diferentes contextos profissionais dos participantes da formação, tirando partido de um léxico de ferramentas elaborado em conjunto.

Através da apresentação de casos de estudo e experiências comparativas, ambicionamos estender o horizonte do mediador, num exercício de constante inventividade.

  • Mediação: estar no meio, ligar as margens, construir as pontes, regular o trânsito
  • Conhecer, convocar, abrir espaços, propor: atividades do mediador
  • Tipos de mediação e perfil do mediador
  • Finalidade da mediação
  • Público: o que existe, o que ainda não o é, o que já deixou de o ser

Inês Barahona (n.1977) é licenciada em Filosofia e Mestre em Estética e Filosofia da Arte pela Faculdade de Letras (Universidade de Lisboa). Fundou, em 2014, com Miguel Fragata, a companhia de teatro Formiga Atómica, onde co-criou os espectáculos “A Caminhada dos Elefantes” (2013), “The Wall” (2015), “A Visita Escocesa” e “Do Bosque para o Mundo” (2016), “Montanha-Russa” (2018), “Fake” (2020) e “O Estado do Mundo” (2022). Assina os textos da companhia. Trabalhou com Madalena Victorino, entre 2005 e 2008, no Centro de Pedagogia e Animação, do Centro Cultural de Belém, onde desenvolveu projectos de relação entre as artes, a educação e diferentes comunidades. Foi co-autora do “Livro Escuro e Claro”, para a Direcção Geral das Artes, cuja distribuição acompanhou, dando formação a equipas de serviço educativo e professores. Colaborou com Giacomo Scalisi na inauguração do Teatro Municipal de Portimão, em 2008, tendo sido responsável pelas relações com a comunidade.  Colaborou ainda com outros artistas na escrita e dramaturgia. Dá formação nas áreas da escrita, comunicação e mediação.

Susana Gomes da Silva

Serviços educativos, programação de públicos, serviço de mediação, extensão cultural… Muitas são as designações que procuram descrever a área que dentro dos museus se dedica à construção de diálogos, espaços de aprendizagem partilhada e, acima de tudo, lugares de encontro. Como e porque construímos estes lugares de encontro, que conceitos e práticas enformam as nossas estratégias, que equipas desenham este tecido de construção conjunta, que questões presidem aos programas e atividades que esboçamos para e com os públicos? Estas e outras questões estarão no centro da abordagem e reflexão sobre mediação e programação educativa proposta por este módulo.

  • Ainda faz sentido falar de serviços educativos?
  • Como desenhamos espaços de encontro?
  • Mediar é estar entre… o quê?
  • Equipas e outras variações – o lugar e as vozes da mediação
  • Construir conhecimento, desenhar mapas partilhados de sentido
  • Ver, pensar, questionar – construir experiências significativas

Susana Gomes da Silva é programadora, mediadora cultural, professora e consultora na área de educação nos museus. Actualmente, é responsável de educação e programadora educativa no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (cujo serviço educativo fundou em 2002), tendo sido nos últimos 5 anos Responsável de Programação Educativa do Museu Gulbenkian (Coleção Moderna e Coleção do Fundador).  É autora de várias publicações nacionais e internacionais. De 2019 a 2021, lecionou a cadeira de Mediação e Educação em Museus no mestrado de museologia da Universidade Nova de Lisboa. Gosta de pensar que é também uma espécie de parteira de serviços educativos, uma das tarefas que mais gosta de desempenhar.

Susana Menezes

Nesta sessão, serão abordadas práticas de programação e mediação para públicos específicos com especial enfoque nas artes performativas. Procurar entender a programação, o edifício e as equipas como elementos centrais no processo de relação e mediação, reduzindo a distância entre as práticas artísticas e os seus discursos, e os públicos. Promover diferentes descobertas, leituras e entendimentos sobre as obras, e o mundo de modo a construir um acervo individual, um conhecimento experienciado e esclarecido a uma consequente opinião critica. Servir como tradutor do mundo através de múltiplos formatos artísticos trabalhando sobre assuntos da contemporaneidade.

  • Que programas para que públicos?
  • Como ampliar a experiencia com as partes e com o todo?
  • Que espaço de liberdade é que cada um tem na relação com o que anda na orbita de um espectáculo?
  • Um edifício pode influenciar ou não o tipo de mediação com os diferentes públicos
  • Que lastro pode deixar na vivencia individual de cada um
  • Mediar assuntos difíceis.
  • O caso do LU.CA Teatro Luís de Camões

Susana Menezes é licenciada em Design de Produto pela ESAD Matosinhos. Foi bolseira na Hogeschool, departamento de design de produto, Antuérpia. Participou em workshops de criação e metodologia de projecto, com Christopher Jones, Uwe Fischer e Xavier Mategot no Museu da Vitra em coprodução com o Centro George Pompidou. Fez Pós-graduação em Gestão Cultural nas Cidades no INDEG/ ISCTE e frequentou o mestrado em Comunicação e Cultura na mesma instituição de ensino. Lecionou disciplinas artísticas em diferentes níveis de ensino e realizou workshops para grupos de risco no Vale de Campanhã, Porto. Desde 2001 faz Programação em Serviços Educativos, iniciou esta actividade com a abertura do Serviço Educativo do Teatro do Campo Alegre, Porto. Colaborou com instituições, como a Fundação de Serralves, Gulbenkian, e Artemrede – Teatros Associados. Em 2006, deu início ao Programa para Crianças e Jovens do Teatro Maria Matos onde programou durante 12 anos. Actualmente é diretora artística do LU.CA Teatro Luís de Camões.

Virgínia Gomes

Porquê criar programas para pessoas com demência e seus cuidadores, em museus? A realidade demográfica portuguesa e europeia demonstram a inversão da pirâmide etária e a urgência em apoiar uma faixa da população idosa, muitas vezes ativa, para a qual as iniciativas culturais são um meio de socialização e de recuperação de cidadania. A obra de arte utilizada como instrumento de comunicação da matriz cultural e pessoal destes públicos, pode ser um motor de promoção da saúde mental, do enriquecimento cultural e de inclusão social. As práticas internacionais e o exemplo nacional, através do programa EU no musEU, serão abordados aqui, sob a perspectiva da motivação, das parcerias, das equipas, das metodologias, da formação, da investigação, das avaliações regulares do programa, sua validação e impacto junto dos públicos. Por outro lado, o projeto Avós do Museu, criado igualmente para públicos adultos idosos, no âmbito do envelhecimento ativo, incentiva o diálogo intergeracional, a partir das coleções do museu e das experiências de vida dos mais velhos, com crianças em idade pré-escolar.

  • Mediação: Conceito e práticas.
  • A obra de arte como instrumento de comunicação e de promoção da acessibilidade intelectual e social, com públicos com necessidades específicas, em contexto museológico: Na fruição da obra de arte e do espaço museológico por pessoas com demência: EU no musEU (grupo dos Participantes); na aprendizagem em idade adulta, com adultos idosos: EU no musEU (grupo dos Cuidadores); na intervenção cultural e social, pelo projeto intergeracional Avós do Museu.
  • Exemplos e exercícios práticos.

Virgínia Gomes é conservadora das coleçcões de Pintura, Desenho e Gravura do Museu Nacional de Machado de Castro em Coimbra, desde 1993, tendo produzido investigação sobre pintura antiga e comissariado exposições, em diferentes áreas e com equipas multidisciplinares. Coordena alguns projetos de inclusão, com destaque para o programa EU no musEU, para pessoas com demência e seus cuidadores informais, criado em 2011, distinguido e referenciado por organismos da sociedade e da cultura em Portugal e na UE e já replicado em Viseu, em 2018. Licenciada em História, pela FLUL (1983-1987), complementou a formação académica com as disciplinas curriculares de História da Arte, pela FLUC (1996-2000) e especializou-se em comunicação aumentativa junto de pessoas com demência, em museus, com o mestrado em Educação Especial, pela ESECS do Instituto Politécnico de Leiria (2014-2016). Defende o papel do Museu como agente ativo na promoção da (in)formação para todos e com todos.

Preçário e ficha de inscrição