Arte e Deficiência
9, 10 e 16 de Dezembro de 2019
Lisboa, British Council
Horário: 9h30-12h30 e 14h-17h
Inscrição gratuita
Formadores
Kaite O´Reilly (dias 9 e 10)
Bruno Rodrigues, Diana Bastos Niepce, Henrique Amoedo, Marco Paiva (dia 16)
No que diz respeito à arte e à deficiência, a prática em Portugal envolve sobretudo a disponibilização de serviços que tornam as criações acessíveis (língua gestual portuguesa, audiodescrição, etc.). Trata-se de um compromisso permanente da parte de alguns (muito poucos) espaços culturais, e esporádico, ou mesmo inexistente, no caso de muitos outros.
No entanto, este é um tema muito mais amplo, que envolve também os artistas com deficiência e as múltiplas oportunidades criativas que surgem quando o assunto é visto de uma forma mais holística.
Nesta formação serão discutidos vários tópicos: metodologias de trabalho, formas de o tornar mais acessível, companhias e projectos artísticos liderados por profissionais com deficiência, boas práticas e experiências em Portugal e no Reino Unido.
Público-alvo
Profissionais da área das artes performativas: Artistas, programadores, directores artísticos
Requisito
Bom domínio da língua inglesa
Quem se inscrever neste curso pode candidatar-se ao programa de mentoring
Em colaboração com o British Council e a Direcção-Geral das Artes
NOTAS BIOGRÁFICAS
Kaite O’Reilly trabalha a nível internacional como dramaturga e professora. Uma figura de destaque nas artes e cultura da deficiência no Reino Unido, Kaite recebeu duas encomendas para as Olimpíadas Culturais para a peça “In Water I am Weightless”, produzidas por National Theatre Wales / Southbank Centre como parte do festival oficial que celebrou os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Londres em 2012. A sua encomenda internacional para o Unlimited, “And Suddenly I Disappear: The Singapore/UK ‘d’ Monologues” (peça publicada pela Oberon), foi desenvolvida e produzida com parceiros Surdos e com deficiência em Singapura em 2018, antes de ser transferida para o Southbank Centre em Londres. As suas peças são peças atípicas para actores atípicos e têm sido aclamadas pela crítica. É vencedora de vários prémios internacionais de dramaturgia e o seu trabalho tem sido apresentado em vários países. Kaite ensina dramaturgia no Intercultural Theatre Institute em Singapura e é patrocinadora do DaDaFest. www.kaiteoreilly.com | www.kaiteoreilly.wordpress.com | @kaiteoreilly
Bruno Rodrigues é membro do International Dance Council da UNESCO. Certificado do Método Danceability e membro do Danceability International. Licenciado pela Escola Superior de Dança (2010) e pelo Instituto Superior Técnico (2005). Criador das peças Espelho–Mirror (2010); Croqui do corpo em retrato pronto (2011); Contraste (2013); Contraluz (2014); O Caso da Partitura Roubada (2017); EU MAIOR (2017); O olhar da Coruja (2018); 3,50×2,70 [três e meio dois setenta] (2018). Performer independente em projectos/espectáculos em Portugal e restante Europa. Formador de dança contemporânea, criativa, improvisação e dança inclusiva. Para além do percurso como coreógrafo, performer e encenador independente, Bruno é actualmente coreografo, bailarino, professor e coordenador artístico e pedagógico da CiM-Companhia Integrada Multidisciplinar.
Diana Bastos Niepce é bailarina, coreografa e escritora. Formou-se na Escola Superior de Dança e fez Erasmus na Teatterikorkeakoulun (Helsinquia). Complementou os seus estudos com uma formação no Forum Dança – Curso de Produção Gestão de Artes do Espectáculo, um curso de professora de Hatha-yoga e com uma Pós-graduação em Arte e Comunicação na Universidade Nova de Lisboa. Criadora das peças Lopussa on Vain com a companhia GED; Forgotten Fog com a companhia Armazém 13; Morfme e Isto não é o meu corpo com a Plural Companhia de Dança; Raw a Nude em colaboração com Mariana Tengner Barros. Enquanto bailarina e performer colaborou com a Companhia Rosas, Felix Ruckert, Willi Dorner, António Tagliarini, Daria Deflorian, La fura del baus, May Joseph, Sofia Varino, Miira Sippola, Jérome Bel, Ana Borralho e João Galante, Ana Rita Barata e Pedro Sena Nunes, Mariana Tengner Barros, Rui Catalão, Rafael Alvarez, entre outros. Actualmente, colabora com a Cim companhia de dança, com a Plural Companhia de Dança, com a criadora Mariana Tengner Barros e com o dramaturgo Rui Catalão. Publicou um artigo no livro Anne Teresa de Keersmaeker em Lisboa (ed. EGEAC / INCM) e escreveu o conto infantil Bayadère (ed. CNB). Júri do prémio Acesso Cultura 2018 e júri oficial do Festival Internacional de Vídeo-Dança Inshadow 2018. www.aniepce.com
Henrique Amoedo é licenciado em Educação Física e Desporto e especialista em consciencialização corporal. Iniciou o desenvolvimento de trabalhos artísticos com pessoas com deficiência com a criação da Roda Viva Cia. de Dança (no Brasil). Em 2002 concluiu o Mestrado em Performance Artística – Dança na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, apresentando, assim, o conceito de “Dança Inclusiva”, utilizado em diferentes países. A Dança Inclusiva propõe uma abordagem inovadora e agregadora sobre a participação de pessoas com e sem deficiência no panorama artístico e cultural. Em 2001 fundou na Ilha da Madeira o Dançando com a Diferença. Como Director Artístico e coreógrafo, já esteva à frente de projectos em diferentes âmbitos, entre os quais se destacam a criação de Grotox (para a Casa da Música, Porto) e ENDLESS e SAFE (que fazem parte do repertório do Dançando com a Diferença). Tem promovido a aproximação de importantes coreógrafos à realidade das pessoas com deficiência em cenários artísticos. Destacam-se Edson Claro, Luis Arrieta, Henrique Rodovalho, Clara Andermatt, Rui Horta, Paulo Ribeiro, Rui Lopes Graça, Tânia Carvalho e La Ribot, entre outros.
Marco Paiva é licenciado em Teatro ‐ Formação de Actores pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Pós-graduação em Empreendedorismo e estudos da cultura – Gestão Cultural ISCTE. Concluiu em 2008 o Curso Europeu de Aperfeiçoamento Teatral É́cole Des Mêtres, dirigido pelo encenador brasileiro Enrique Diaz (CIA dos Atores). É actor convidado da companhia mala voadora desde 2010. Tem vindo a colaborar como actor e encenador em diversas estruturas, nomeadamente: o Teatro Nacional D. Maria II, Comuna Teatro de Pesquisa, O Bando, L.A.M.A – Laboratório de Artes e Media do Algarve, Culturgest, Casa da Música, Teatro Helena Sá e Costa, projeto Crinabel Teatro entre outros. Fundou em 2018 a TERRA AMARELA- Plataforma de Criação Artística Inclusiva, que desenvolve o seu trabalho em torno da cultura acessível e das práticas artísticas inclusivas.